TSF runners - eu fui!
São cerca de 10,5 quilómetros em linha recta no eixo Terreiro do Paço – Av. Infante D. Henrique, com início e fim na Praça do Comércio e retorno na rotunda 25 de Abril, no Poço do Bispo. A única subida é a da ponte de Santa Apolónia, logo no início da prova e, novamente, no regresso, já próximo da meta. Desinteressante no que se refere a paisagem, mas, sem dúvida, uma boa prova para uma estreante como eu.
Como em tudo, a primeira prova tem um gosto especial. E o desconhecimento de quem não sabe ao que vai. Mas, o Nuno sabia e optou por me acompanhar, ou não fosse ele companheiro de viagem. O tiro da partida ouviu-se ao longe e, movidos pela multidão, começámos a correr alguns instantes mais tarde. Os primeiros três quilómetros foram difíceis. Os nervos tomaram conta de mim e com eles uma moinha junto às costelas, também conhecida por dor de burro (ou burra, neste caso). Nem mesmo a playlist que me acompanha sempre conseguiu dar aquele push de energia. "Respira fundo, tão devagar quanto conseguires" dizia o Nuno. E eu respirava. Qual grávida em trabalho de parto. Mas nada! A dita continuava por lá. A certa altura habituei-me a ela e, distraída com os corredores que vinham em sentido contrário, fui avançando, ao meu ritmo, à minha passada, passada lenta de quem respeita todos os quilómetros que ainda tem pela frente. O marco seguinte foi a subida da ponte de Santa Apolónia. Não são mais do que 100 m, mas, depois de 8 quilómetros a correr, assusta... "Ajuda com os braços" disse o Nuno. Eu obedeci e cheguei ao topo da ponte, ou do mundo como na canção.
Depois veio a descida. Descer nunca foi o meu forte. Faz-me doer os joelhos e prefiro controlar a passada. Por nós passaram vários corredores, aproveitando o balanço e a ajuda dos santos. Não desanimei. A moinha tinha finalmente desaparecido. No seu lugar, a música que me dá toda a energia que preciso. E acelerei. Como acelero sempre que ouço esta música. Ao longe, começou a vislumbrar-se a meta. A música cada vez mais alta. As pernas a responder. Em frente, sempre em frente. E chegámos, 1:04:36 depois chegámos ao local de partida! No peito o sentimento bom de missão cumprida. Na cara o mapa mundo pintalgado em tons de encarnado.