Enquanto estive afastada das lides online, andei entretida com alguns projetos offline...
Um deles foi a remodelação de um apartamento no Algarve, que me deu imenso gozo.
O apartamento estava muito cheio e tinha uma decoração, a meu ver, pesada e antiquada. A ideia foi dar-lhe um toque mais fresco, tornando-o numa casa de férias, funcional e confortável.
Por uma questão de orçamento, procurei aproveitar ao máximo o mobiliário existente. No entanto, optei por fazer duas mudanças que me pareceram essenciais: colocar um sofá-cama na sala, de cor neutra e linhas direitas, e mudar um dos quartos, a pensar nas famílias que, tal como nós, têm filhos e procuram um segundo quarto com camas individuais.
Deixo-vos com um resumo do antes e depois. Se quiserem ver mais imagens, ou até (quem sabe!) ir lá passar uns dias, poderão espreitar o Airbnb aqui.
Quando fomos ao Algarve, andámos a passear pelo Parque Natural da Ria Formosa.
Nesta altura do ano, o Algarve tem outro encanto. É mais calmo, mais genuíno. Longe das enchentes de turistas, anda ao ritmo das gentes da terra. E nesta batida serena, até os gatos se deixam enfeitiçar pela dormência boa do Sol de Fevereiro.
Andámos sem rumo certo, a passear entre Olhão e Cacela Velha. Viajar tem isso de bom: desfrutar do que cada lugar tem para oferecer.
Aqui, tudo se passa em torno da Ria: os mariscadores a apanhar berbigão, os pescadores na faina, as aves em torno dos barcos na hora do regresso, as diferentes paisagens criadas pelo movimento das marés.
Outra coisa que sabe (mesmo) bem nesta altura do ano é comer nas melhores esplanadas e restaurantes da região, sem o stress das filas intermináveis do Verão.
Perto de Luz de Tavira, em plena reserva natural, há o Fialho, uma marisqueira afamada pelo arroz de lingueirão. Diz quem sabe, um dos melhores da região. Em Cabanas há a Noélia e Jerónimo, um dos restaurantes mais conhecidos deste lado do Algarve. Fomos lá jantar e garanto-vos que a açorda de conquilhas é de chorar por mais! Em Cacela há vários: a Fábrica do Costa, onde também se come um delicioso arroz de lingueirão, mas que é mais carote; o Casa Velha, que não conheço tão bem, e a esplanada junto à Igreja, onde comemos umas maravilhosas ostras de Ria.
Tão bom! Acho que me habituava facilmente a esta boa vida...
Escondido por entre as ruas estreitas e labirínticas do centro de Olhão, existe um lugar muito especial. Chama-se Convento e é uma guest house a lembrar os Riad marroquinos.
Originalmente, era o dormitório das raparigas que trabalhavam na indústria de conservas. Hoje em dia, pertence a um casal de estrangeiros, a Antje e o Guillaume, que resolveram fazer da Medina dos Pescadores (nome que dão a Olhão) a sua morada.
Descobrimo-lo por acaso, numa busca pela net à procura de um hotel charmoso no Algarve. E foram as fotografias do espaço (ou melhor, do pátio e dos quartos) e a relação qualidade/preço que nos levaram a optar pelo Convento.
Da rua não se imagina o que está para lá da porta do n.º 10 da Travessa António Bento. O melhor é entrar.
Lá dentro, tudo é pensado ao pormenor para tornar o ambiente tranquilo e relaxado...
Um espaço lindo, cheio de pormenores arquitetónicos; uma decoração em tons de branco e apontamentos de cor; o cheirinho bom das fragrâncias CastelBel.
Um quarto espaçoso e acolhedor, com chão radiante (que sabe tão bem nesta altura do ano) e um dossel sobre a cama.
Um pequeno-almoço delicioso, preparado pela Antje, com muitas frutas exóticas e outras iguarias deliciosas.
O terraço no último piso, com uma vista panorâmica sobre Olhão e sobre a Ria, onde existe uma pequena piscina e várias zonas lounge.
E, principalmente, a simpatia contagiante da Antje e do Guillaume, que foram incansáveis e nos fizeram sentir em casa.
Isso é o Convento, a guest house mais charmosa do Algarve.
Feliz Dia dos Namorados!
Nota: Crianças com menos de 16 anos não são permitidas. Por isso, se quiserem levar os filhotes, recomendo que optem por uma das várias casas White Terraces, num estilo idêntico ao Convento, em regime de arrendamento de curta duração.
Chega-se ao Barril por Pedras D'El Rei, um aldeamento de casas brancas e jardins verdejantes, com a Ria de Tavira em pano de fundo. A travessia da Ria é feita por uma ponte suspensa pedonal e o acesso à praia é de comboio. De um lado e do outro, sapais. Ecossistemas ricos de fauna e flora onde, em dias de sorte, descobrimos flamingos e outras espécies de pássaros que os miúdos adoram e só costumam ver no jardim zoológico. A viagem de comboio termina à chegada ao Barril. A praia fica para lá das dunas, à distância de um passadiço de madeira com vista privilegiada para o Cemitério das Âncoras, um dos ex-libris locais. Do lado de lá, um areal que se estende por vários quilómetros e se perde num mar azul de águas quentes e cristalinas.
E por ali ficámos, rendidos ao calor e à imensidão do mar, acompanhando de perto as brincadeiras dos miúdos e aproveitando mais um dia no nosso querido Sotavento Algarvio. Fomos dos últimos a regressar, já o sol ía longe. No seu lugar, uma maravilhosa lua cheia que iluminava céu, mar e Ria e com ela a imensa vontade de voltar.
Para além dos espectáculos, a Feira Medieval conta também com muito comércio. Nas principais ruas da Vila, podemos encontrar inúmeras bancas de artesanato e iguarias várias, destes e de outros tempos.
Adoro estes ambientes de feira! Tudo me seduz: a diversidade da oferta, entre cores, texturas, sons, cheiros e sabores; e as pessoas, que se passeiam vagarosamente pelas ruas apreciando tudo o que vêem.
Entre eles, nós, com os miúdos pela mão, misturados na multidão, de sentidos bem dispertos e câmara por perto...