Estas escapadinhas de fim-de-semana em família sabem tão, mas tão bem! E quando temos a sorte de ficar num hotel como o Ecorkhotel, Évora Suites & SPA, ainda sabem melhor!
Fica à entrada de Évora, paisagens maravilhosas, a paz alentejana, muito espaço, piscina interior aquecida (instalou-se a loucura entre os 2 mais novos), bicicletas para todas as idades, matrecos (o furor!) e muitos, muitos bichos.
As suites são super-confortáveis. Têm uma salinha espaçosa, com um bom sofá-cama (que deu perfeitamente para os dois filhotes) e uma kitchenette escondida dentro de um armário, que fez as suas delícias.
Para além disso, (desculpem, mas é defeito de formação...) é o primeiro hotel no mundo cujo edifício principal se encontra coberto com cortiça. Foi concebido seguindo princípios de eco-eficiência e é auto-sustentável em termos energéticos, ou seja, a energia consumida provem de fontes renováveis instaladas no próprio hotel. TOP!
E se há alturas em que só saio por motivos profissionais (naquelas que carinhosamente apelidei de "viagens na minha terra"), este ano está a ser um "desassossego" bom de passeios em lazer!
No fim-de-semana rumámos a Sul, até ao Alentejo. Andámos por Évora e, como os miúdos deliram com a ideia de ir a Espanha, resolvemos passar a fronteira junto ao Alqueva e acabámos por parar em Monsaraz para almoçar.
Monsaraz é daquelas terras deliciosas que vale a pena conhecer. Desenvolve-se no topo do monte, dentro das muralhas de um antigo castelo, numa mistura charmosa entre o branco da cal e o negro do xisto.
A Vila é relativamente pequena, pelo que dá perfeitamente para percorrer a pé (aliás, os carros não podem entrar dentro da muralha). Usem a muralha como referência e sigam, sem pressas, pelas ruas estreitas e inclinadas. Para quem gosta de monumentos, a Igreja Matriz e a muralha do Castelo são pontos de passagem obrigatória. Mas, para quem como eu se perde nos pormenores, tudo serve de pretexto para parar: as portas minúsculas, as rendas nas janelas, o musgo amarelo que, nesta altura do ano, cobre os monumentos e a vida da Vila, que mais parece uma aldeia onde todos se conhecem.
Depois há as lojas... A não perder, recomendo a Loja da Ervideira. Não pelo vinho em si (que desconheço), mas porque está instalada numa antiga escola onde podemos encontrar objetos tão giros como: o quadro de ardósia; o estrado onde outrora estava a secretária da professora; azulejos espalhados pelas paredes com o abecedário e contas de somar; um painel de azuleijos com a história da Vila; e uma lareira onde professora e alunos de aqueciam no Inverno. Para quem gosta de artesanato, há várias lojas onde se podem adquirir produtos regionais como as típicas cadeiras de madeira e as quase extintas mantas alentejanas.
Para almoçar, recomendo a esplanada do Xarez, onde podem degustar várias iguarias alentejanas ao mesmo tempo que se deliciam com a paisagem. A vista é soberba sobre as planícies alentejanas e a albufeira do Alqueva!
Durante anos sonhámos em ter uma casa algures na Costa Vicentina, em plena reserva natural, perto do campo, perto da praia. Uma casa velhinha, caiada de branco e com cantarias coloridas. Uma casa que fossemos reabilitando aos poucos, ao sabor das nossas possibilidades. Uma casa onde as tradições se misturassem com o conforto e os materiais naturais. Uma casa onde o tempo passasse devagar e onde pudessemos desfrutar da companhia dos filhotes e amigos. Uma casa onde pudéssemos contemplar o céu estrelado nas noites quentes de Verão. Uma espécie de refúgio, de casa da árvore (ou de casa do barco, neste caso) onde partilhávamos sonhos e vida.
Se hoje essa casa existisse gostava que fosse como esta.
Nunca tinha ouvido falar do Monte Selvagem antes da viagem de finalistas da Mariana. E só ficámos a conhecer porque decidimos fazer-lhe a festa surpresa.