Em jeito de reflexão
Há cerca de 2 anos, tinha o Gonçalo 5 e a Mariana 3 anos, aconteceu-nos um episódio insólito: estávamos numa loja de criança a comprar roupa. Enquanto eu e a vendedora conversávamos eles andavam por ali a brincar. Quando saímos da loja a Mariana quis mostrar-me algo. Escondidos entre seus pequenos dedos, estavam 2 ganchos.
- Olha, mamã. Olha os meus ganchos novos!, disse.
Estarreci. Por momentos fiquei sem reacção. Os meus filhos acabavam de trazer algo da loja sem pedir e sem pagar! Não era possível! Meio envergonhada, meio zangada, meio chocada, obriguei-os a voltar para trás, devolver os ganchos e pedir mil desculpas à vendedora. Perante o olhar triste e desapontado da Mariana, a senhora fez questão de lhe oferecer um dos ganchos, indiferente ao meu ar reprovador de quem diz "eles roubam e ainda os estás a premiar por isso?"
Passado aquele impacto inicial, comecei a pensar mais friamente sobre o que tinha acontecido, no facto de a Mariana me ter vindo logo mostrar os ganchos, no facto da vendedora ter feito questão de lhe oferecer um gancho apesar de tudo, e cheguei à conclusão que eles não tinham feito por mal. Apenas não sabiam o verdadeiro significado de roubar, apesar de já conhecerem há muito a célebre frase "não se rouba nada a ninguém".
Pois bem, cabia-me a mim explicar-lhes o que se tinha passado, ajudá-los a interiorizar o conceito e a justificar a minha reacção reprovadora.
Estarreci. Por momentos fiquei sem reacção. Os meus filhos acabavam de trazer algo da loja sem pedir e sem pagar! Não era possível! Meio envergonhada, meio zangada, meio chocada, obriguei-os a voltar para trás, devolver os ganchos e pedir mil desculpas à vendedora. Perante o olhar triste e desapontado da Mariana, a senhora fez questão de lhe oferecer um dos ganchos, indiferente ao meu ar reprovador de quem diz "eles roubam e ainda os estás a premiar por isso?"
Passado aquele impacto inicial, comecei a pensar mais friamente sobre o que tinha acontecido, no facto de a Mariana me ter vindo logo mostrar os ganchos, no facto da vendedora ter feito questão de lhe oferecer um gancho apesar de tudo, e cheguei à conclusão que eles não tinham feito por mal. Apenas não sabiam o verdadeiro significado de roubar, apesar de já conhecerem há muito a célebre frase "não se rouba nada a ninguém".
Pois bem, cabia-me a mim explicar-lhes o que se tinha passado, ajudá-los a interiorizar o conceito e a justificar a minha reacção reprovadora.
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Quando ouço falar em bulling, em violência entre namorados adolescentes ou neste tão triste acontecimento do Meco, lembro-me sempre desse episódio. E ponho-me a pensar: Que ensinamentos é que a nossa sociedade (cada um de nós!) está a passar às nossas crianças e jovens? Será que para eles "valores", "princípios" e "ética" são apenas conceitos ocos e vazios de conteúdo?
Não tenho dúvida que todas as mães (e pais) tentam dar o seu melhor na educação dos filhos, mas às vezes é preciso parar e pensar.
Que estes tristes acontecimentos nos sirvam para isso, já que não servem para mais nada!