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Histórias Contadas

Dias de uma princesa - A História

Dias de Uma Princesa Story

(for english version, scroll down)

Conheci a Catarina Beato por acaso por aqui. E quis logo conhecê-la melhor. Conhecer a sua história. E trazê-la para o Histórias Contadas. Abordei a Catarina e, com a mesma simplicidade com que nos descreve os seus dias, aceitou o meu convite. Depois, foi esperar, porque antes de falarmos queria ler os “Dias de uma princesa”. Encomendei online e, como uma criança em vésperas de Natal, aguardei ansiosamente por novidades… chegou passado uma semana e, nessa mesma noite, li-o de uma assentada. Hora e meia de emoções fortes. Senti o cheiro a maça, ouvi cantar italiano, chorei com ela, e gargalhei alto e bom som quando foi altura. Um intenso carroussel de emoções, contado por quem as viveu a todas na primeira pessoa. Mas, é tempo de dar a palavra à Catarina, esta menina, mulher, princesa. Deixem-se encantar pela sua história.

Dias de uma princesaBlog | FB

HContadas-DiasdeUmaPrincesa

Fala-nos um pouco de ti. Conta-nos a história da Catarina que criou o blogue Dias de Uma Princesa

Nasci em 1978. Posso descrever a minha infância em poucas palavras: filha única, mimada, suburbana, normal e feliz. O meu pai mandava os meus textos para o suplemento infantil d'O Diário. Lembro-me do entusiasmo quando via os meus contos publicados n'O Pimpão. Escrevi o meu primeiro diário durante a 4ª classe e mantive este hábito até aos 18 anos, altura em que passei a escrever apenas alguns textos perdidos em cadernos e agendas. A minha adolescência foi também assim: filha única, mimada, suburbana, dramática, existencial, normal e feliz. Entre os 18 e os 24 anos, entrei no curso de Economia [projecto por concluir], comecei a trabalhar, perdi o meu pai e fiquei grávida. E assim recuamos até 2005, tinha 27 anos, um filho de 3 anos, estava desempregada e solteira. 

O que te motivou a criar um blogue e porquê este nome?

Em 2005, a morte do meu pai era muito recente e as asneiras que fiz depois da sua morte também (negócios que correram mal). Sentia-me perdida em termos profissionais. Queria voltar a ter um diário. O blogue nasceu assim, num momento em que as caixas de comentários dos blogues substituíam o Facebook e eram maravilhosos pontos de encontro e desencontro. Com três anos, o meu filho Gonçalo dizia tudo na perfeição e tratava-me por princesa. Ficou: “Dias de uma Princesa”. Como escrevi a acompanhar esse nome: “Sou uma princesa. Verdade. Sem familiares reais, nem títulos de nobreza. Sou uma princesa. Porque tu me disseste: "és uma princesa". E eu sou princesa... na tua vida. Na vossa vida.” Não sou uma princesa em mais nada, nem me revejo neste nome que agora já me acompanha e que passou a ser meu.

Quando lês um blogue, o que é que capta mais a tua atenção: os conteúdos, o grafismo, ou ambos?

Primeiro o grafismo e as fotos. Mas volto pelo conteúdo. Não sigo nenhum blogue todos os dias. Vou seguindo. Gosto dos blogues das pessoas que conheço pessoalmente e gosto de blogues de família com boas fotos.

HContadas-DUPBook

E depois do blogue, o livro “Dias de uma Princesa”. Como surgiu a oportunidade de publicar o livro?

Com as crónicas no Dinheiro Vivo, os meus caracteres ganharam visibilidade. Este livro nasceu do convite da LeYa, um e-mail da Isabel que nunca vou esquecer, que me levou às lágrimas e gritinhos histéricos, com o meu filho Gonçalo no carro. 

Neste livro, partilhas a tua experiência de mãe solteira que fica desempregada quando está à espera do seu segundo filho. Que conselhos dás a pessoas que também se vejam cair no desemprego tendo a seu cargo filhos pequenos? 

Eu já estava desempregada quando fiquei grávida do Afonso, foi uma irresponsabilidade controlada. Tenho uma rede de segurança que é a minha mãe. E se isso fosse um conselho, dizia que todos tivéssemos um apoio. Mas isso não se aconselha, deseja-se. Digo, e repito, que todas as sugestões que dou servem para situações que em que o rendimento diminui muito mas existe. Infelizmente há histórias em que desemprego é sinónimo de pobreza e, nesses casos, resta-me o respeito porque não imagino sequer o que seja. Eu aprendi a viver com menos, aprendi a trocar alguns hábitos consumistas por momentos felizes e gratuitos. O único conselho que dou às pessoas é que relativizem, a vida dura muito pouco para perdermos tempo com pequenos dramas. Guardem-se as forças para os dramas sérios e para sermos felizes.

Actualmente estás envolvida em vários projectos: o jornalismo, o blogue, o livro e, também, o projecto LOOVE. Como consegues conciliar a vida de mãe solteira com estes vários projectos?

Também não sei como consigo :) Há uma ordem de prioridades: primeiro está o trabalho que me dá algum rendimento [trabalhos de jornalismo que vão surgindo]. Este livro já cá está, vai seguir o seu caminho e estou a preparar um novo projecto escrito. O resto é o meu lazer e surge com a naturalidade com que se conversa com um amigo. Não escrevo no blogue por obrigação. Escrevo porque é o meu diário. E o Loove é uma paixão recente, e que me apetece ver crescer todos os dias.

Como disse numa outra entrevista: a gestão do tempo é fácil, desde que seja feita antecipadamente. Trabalho depois do meu filho mais velho sair para a escola e antes do meu mais novo acordar, depois vamos à rua, passeamos, vamos ao parque, às compras e voltamos para o almoço. A tarde depende muito da hora de ir buscar o G. mas quando estou com trabalho peço à minha mãe que o vá buscar e trabalho na hora da sesta do A.. Ao final do dia há trabalhos de casa, jantares e banhos. Depois há a noite mas isto já não é como antigamente e o sono não permite grande coisa. Quando tenho mesmo muito trabalho, e a minha mãe está por cá, ela leva o A. para passar o dia. Também conto com a ajuda dos pais dos miúdos. Os meus dias são sempre diferentes com um enorme respeito pelas rotinas. Mas há momentos caóticos e dignos de filme, como tentar acabar um trabalho enquanto dou jantar a um e ajudo o outro a estudar, ou tentar fazer uma entrevista ao telefone com uma birra ou a Xana Toc Toc como música de fundo. Mas é, sempre, um enorme privilégio.

Recentemente abraçaste um novo projecto, o LOOVE. Em que consiste?

O Loove surgiu de conversas com um amigo, o Tiago, sobre a beleza da amamentação [que o Tiago já tinha registado em outras fotos nas suas viagens]. Percebi com o meu filho pequeno que, com 23 meses, ainda mama, existem pessoas que rejeitam a amamentação e quem defenda a amamentação de forma fundamentalista. Percebi que esta forma de defesa não sensibiliza quem rejeita. O Loove serve apenas para mostra a beleza deste momento e a história das mulheres que amamentam: as que adoram, as que detestam, as que dão de mamar até os miúdos estarem crescidos e as que antes dos 6 meses já pararam. Não interessa. É como um beijo, um abraço. É um momento de amor. 

Partilho o conceito do Loove porque acredito que está tudo aqui: Amamentar é muito mais que alimentar. São muitos verbos que aqui cabem. Na verdade, amamentar não devia ser um verbo, nem sequer um nome comum, como mama. Seria um nome colectivo para tudo aquilo que uma mãe transporta: mimo, protecção, cumplicidade, sustento. Amamentar é um sinónimo de amor.

O Loove tem como único objectivo mostrar a beleza deste acto de amor. E dar a conhecer os protagonistas destas histórias de amor. Que, como todas as outras verdadeiras histórias de amor, têm muitos começos, momentos complicados e dias bons, mas sempre um final feliz. Loove é isso.

De que forma é que ser mãe ajudou no desenho e concretização do LOOVE?

Copy, paste daquilo que escrevi sobre mim como mãe no Loove: Quando era miúda tinha pesadelos em que imaginava que estava a dar de mamar. Estranho sonho esse que me perseguia e me provocava sensações de desconforto e estranheza. Grávida do meu primeiro filho prometi não pensar no assunto. E assim foi até ao instante em que, depois de nascer, o meu filho mais velho foi posto no meu peito com um gorro branco, ainda cheio de sangue. Foi, nesse mesmo instante que, depois de um parto normal e um ser minúsculo alapado à minha mama que lhe bastava para viver, que me consciencializei da minha condição: sou mamífera.

Não foi imediata a sintonia com este lado animal. Primeiro sufocou-me a ideia de ser essencial ao meu filho. Depois doeu-me. A seguir cansou-me. Fui, devagar, descobrindo o prazer daqueles instantes. Mas foi, confesso, uma descoberta solitária e quase envergonhada face aos comentários que me diziam que já chegava, que o menino estava viciado em mama, que não dormia por minha culpa. Descobri também que, esta coisa da maternidade, é plena de sentimentos de culpa e foram estes os primeiros a que cedi.

Passaram oito anos, o meu filho grande cresceu, fez-me um menino lindo e continuou a dormir mal mesmo comendo tudo, e eu aventurei-me a um segundo filho no estado civil solteira, desempregada, e com rumores que aí viria a maior crise de todos os tempos.

Mamífera consciente e feliz, ali estava, depois de parir o meu segundo filho de parto natural, com aquela criatura pequena alapada à minha mama. Mas desta vez não me enganavam, havia de bastar ao meu filho o tempo que os dois quiséssemos, havia de dar de mamar orgulhosa perante os olhares alheios, havia de aproveitar cada segundo deste momento de amor, deste prolongamento da criação, deste mimo infinito. E tornou-se o, agora, irmão mais velho o meu principal defensor.

Sou mãe e, nos entretantos disso, continuo a ser jornalista. Tenho 34 anos. Sou suburbana e mimada. Sou mamífera. É essa a minha essência.

O que podemos esperar como próximos projectos da Catarina Beato?

Esta pergunta até me faz sentir importante. Eu acredito, mas acredito mesmo, que a vida se resolve sozinha. As respostas surgem quando as pedimos. Não vale a pena insistir, desesperar, andarmos zangados. Eu quero que a minha vida sejam os caracteres, nas suas variadas formas, mas preciso de dinheiro. Antes deste Verão a questão pôs-se de forma evidente: tenho que trabalhar seja no que for. Mas depois surgiu um convite e um novo livro para daqui a poucos meses. E eu agradeci porque tive a resposta que precisava.

Quero também que o Loove encontre os apoios que precisa para manter a beleza e a essência que já tem.

E para terminar gostava de te pedir para partilhar uma situação inesperada (divertida, caricata) que te tenha acontecido

Falo das minhas certezas absolutas, aquelas que a vida faz questão de mostrar que são sempre relativas. O meu filho Gonçalo fez uma única birra na vida dele [agora pré adolescente faz muitas mas são silenciosas] em que, em pleno supermercado, de mão dada comigo gritava: eu quero a minha mãe, eu quero a minha mãe! Morri de vergonha porque se fosse espectadora daquelas imagens teria a certeza que a criança estava a ser raptada. Vergonhas à parte acreditei até há um ano que era a entidade suprema na educação de filhos, birras? O meu filho nunca fez birras. Quis o destino entregar-me o rei das birras em forma de filho Afonso. E ainda bem que não morri de vergonha no primeiro episódio porque agora tenho desses momentos inesquecíveis todos os dias. Pelo menos aviso as pessoas antes: “desculpem, mas dentro de alguns momentos, o meu filho vai gritar como um porquinho na matança, ou pior, como se estivesse a ser levado por uma desconhecida”. Por segurança mantenho os nossos cartões de cidadão à mão.

 

Eu gostava tanto de continuar... [É tão bom ler "esta" Catarina, intensa, emocional e cheia de humor]. Mas, a verdade, é que este post já vai longo, longo... por isso, para quem quiser conhecer um bocadinho melhor a Catarina, sugiro que vá até ao seu blogue ou leia o livro.
Muito, muito obrigada, Catarina. Foi um prazer ter-te por cá!

 

I met Catarina Beato by chance and through here. And in that moment, I decided I wanted to know her better. Know her story. Bring it to Histórias Contadas. I talked to Catarina, and with the same simplicity with which she speaks about her days, she said “yes” to my invitation. Then we wait because I really wanted to read “Days of a Princess” book before talking to her. I ordered it online and, as a small child on the Christmas Eve, I anxiously waited for news ... one week later it arrived and I read it during the night. One and a half hour of pure joy… now is time to meet Catarina, the girl, the woman, the princess.

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Can you tell us something about yourself? Can you share the story of Marta that launched Dias de Uma Princesa (Days of a Princess) blog?

I was born in 1978. I can describe my childhood in a nutshell: only child, spoiled, suburban, normal and happy. My father sent my writings for the children's supplement of O Diário journal. I remember how excited I was when I saw my stories published in O Pimpão. I wrote my first diary during the 4th grade and I kept writing a diary until I was 18 years old. By that time I went to college to study Economics. But I never graduated. By the age of 24 I start working; I lost my father and got pregnant. Back in 2005, when I was 27 years old, I was an unemployed single mother of a three years old child.

Dias de Uma Princesa is your blog’s name. What motivated you to create a blog and why is it called like that?

I launched the blog in 2005. I had just lost my father; I was feeling lost and I really felt I needed a diary again. The blog was born in a time when blog comment boxes replaced Facebook and they were wonderful meeting places. By that time my three years old son Gonçalo used to call me princess. That is why I call my blog: "Princess Days." And the blog teaser is: "I am a princess. Truth. No royal family or titles. But still I am a princess. Because you told me: "You're a princess." And I'm a Princess ... in your life.” Besides that, I'm not a princess at all, and I don’t identify myself in that name that now accompanies me and became mine.

What do you prefer when you read a blog: content, design or both?

First of all, the design and the pictures. But I return to it because of the content. I’m not an everyday blogs follower. I keep following some in a regular basis. But most of all I prefer blogs of people I personally know and I enjoy family blogs that have good pictures.

After the blog, the book "Days of a Princess". How did you get the opportunity to publish the book?

My characters gained visibility with the regular articles I write to online newspaper Dinheiro Vivo. This book was born from an invitation I received from the Portuguese book publishing company LeYa. I was in the car with my son Gonçalo when I received the invitation from Isabel. And I will never forget that feeling, tears of happiness were rolling down my face and I just start screening.

In this book you share your experience as a single mother who becomes unemployed when is expecting their second child. What piece of advice would you give to those in the same situation?

I was unemployed when I got pregnant of my youngest child Afonso. It was a measured irresponsibility, since I have a safety net that is my mother. And if this could turn into an advice, I would say that everybody should have a safety net. But this is something you don’t advise, is just something you wish. I say, and I repeat, that all the suggestions I give are for situations where income decreases but is still there. Unfortunately there are stories in which unemployment is synonymous of poverty and, in these cases, I can only respect because I can’t even imagine what it is. I learned to live with less; I learned to change some spending habits and replace them with free happy moments. The only piece of advice I'd give is to relativize. Life is too short to spend time with little dramas. Save your energy for serious dramas and to be happy.

You are working on several projects at the same time: journalism, the blog, the book and, more recently, the LOOVE project. How do you manage these different projects being a single mother?

I really don’t know how I do it :) There is an order of priorities: first the work that gives me some income [journalism]. This book is already published and I am preparing a new writing project. The rest is leisure and arrives as naturally as best friends conversations. Writing in the blog is not an obligation. I write because it’s my dairy. Loove, my new project, is a passion and I really want to see it grow.

As I said in another interview: time management is easy, once you have it planned in advanced. I start working after my oldest son goes to school and before my youngest wakes up. After waking up we go for a walk, to the park or shopping and we get back for lunch. During the afternoon it depends heavily on Gonçalo’s leaving school hour. In the days I have to work, I ask my mother to pick him up at school and I work during Afonso nap time. At the end of the day it’s time for homework, dinner and baths. I also work after hours but this is not like the old days and I need to sleep. When I have too much work to do, and my mother is in town, I ask her to stay with Afonso during the day. I also count with my kids fathers help. Although I respect routines, my days are always different. And there are those multiple tasks chaotic moments, where I try to finish a job during youngest dinner time and oldest homework time, or try to do a phone interview with a child temper tantrum or Xana Toc Toc as background music. But it is always a privilege.

You recently embraced a new project, LOOVE. Can you tell us something about it?

Loove project was born as a result of some conversations with my friend Tiago about the beauty of breastfeeding [that Tiago had already registered with his camera while he was traveling]. I realized with my youngest son [who is 23 months old and still breast feeds], that there are women who reject breastfeeding and those who are really fundamentalist about breastfeeding. Loove intends to show the beauty of this moment and the story of every kind of breastfeeding women: those who love, those who hate, those who keep breastfeeding until the kids are grown up and those who stop before the baby is 6 months old. It doesn’t matter. It's like a kiss, a hug. It is a moment of love.

I believe in Loove concept because I think it's all there: Breastfeeding is more than feeding. There are many verbs that fit here. In fact, breastfeeding should not be a verb, not even a name, such as breast. It should be a collective name for all that a mother carries: pampering, protection, complicity, treat. Breastfeeding is a synonymous for love.

Loove sole purpose is to show the beauty of this act of love. And get to know the protagonists of these love stories. Like all other true love stories have different beginnings, awkward moments and good days, but always a happy ending. Loove is all this.

How has being a mom helped on the LOOVE project?

Copy and paste of what I wrote about myself as a mother in Loove: When I was a child I had nightmares in which imagined I was breastfeeding a child. This strange dream haunted me and caused me unpleasant feelings. When I got pregnant of my first son I promised not to think about it. And so it was until the moment when, after being born, my oldest son was placed on my chest with a white cap, still covered in blood. It was in that moment that, after a normal delivery and a tiny baby latched on to my breast (which was all he needed to keep alive and strive), I became aware of my condition: I’m a mammal.

It took a while for me to feel in harmony with this animal side. At first, the idea of being essential to my son’s survival smothered me. After, it hurt. Then it made me very tired. Slowly, I began to discover the pleasure involved in those moments. And yet it was, I must confess, a solitary and almost ashamed voyage, due to other people’s comments that enough was enough, that the boy was addicted to the breast, and that if I didn’t sleep it was my fault. I also found out that this thing called motherhood can be riddled with guilt and to these first feelings I finally succumbed.

Eight years have passed, my son grew to become a big boy, a lovely boy, who continued to sleep badly even eating a varied diet, and I ventured into having a second child, now as a single mother, unemployed, and under the rumor that the most severe crisis of all time was impending.

A conscious and happy mammal, there I was, after giving birth naturally to my second child, with that little creature glued to my breast. But this time no one would fool me. My milk would provide for my son for as long as the both of us wanted, I would nurse him proudly before the gaze of others and would enjoy every second of this moment of love, this extension of creation, this boundless link. And my now oldest son became my main supporter.

I am a mother, and in between, I am still a journalist. I’m 34. I’m suburban and I’m spoiled. I’m a mammal. That is my essence.

But what really helps Loove to came true is Tiago patience and dedication.

Would you share with us your upcoming projects?

This question makes me feel like I’m an important person. I really believe that life resolves itself. The answers come when we ask for them. Being stressed, angry or despair does not worth the time. I want to keep writing, but I need the money. A few months ago I was ready to do whatever needed to earn it. But, by that time I had an invitation to write a new book. And I was grateful because I had the answer I needed.

I also want to find the support Loove needs to maintain the beauty and essence that it already has.

One last question: Would you share with us something funny or unexpected that happen to you?

I speak of my absolute certainties, the ones that life is keen in showing me that are not that absolute. My son Gonçalo has made just one temper tantrum in his life [now, as a preteenager, he makes several but are all silent]. We were hand in hand in the supermarket when he started screaming: “I want my mommy, I want my mommy!” I died of shame because it looked like I was kidnapping him. Until a year ago, I believed that I was the supreme entity in children education. Temper tantrums? My son never did that! But fate gave me the king of tantrums: my second son Afonso. Thank goodness I did not die of shame in the first episode because now I have these unforgettable moments every day. At least, I warn people around me before it starts: "I'm sorry, but in a moment, my son will scream like a pig in the slaughter, or even worse, like he is being kidnapped by a stranger." Just in case I keep holding both of our ID cards.

 

Thank you very much, Catarina. It has been a pleasure having you here!

 

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