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Histórias Contadas

O regresso

Um destes dias, quando passava os olhos pelo FB, este post ressoou em mim e foi uma espécie de impulso para voltar a escrever aqui no blogue.

E cá estou eu, passados vários meses, a abrir a porta deste espaço e partilhar convosco pedaços da minha vida.

 

De facto, “o que se escreve num diário quando não podemos contar aquilo que de mais importante acontece na nossa vida?”

Eu escolhi fechar-me ao mundo online, refugiando-me no colo de quem estava mais perto, entre família e amigos. Retomo agora com a tranquilidade que só o tempo conseguiu gerar no meu coração. Serei parca em pormenores por respeito a mim e a nós. Ainda assim, escolho partilhar algumas aprendizagens, desejando que as mesmas possam servir a todos aqueles que se cruzem com esta realidade.

 

Em 2015 vi-me confrontada com o desafio de tomar nas mãos a tarefa de ensinar um filho a ler… [Isto, depois da escola ter assumido a sua incapacidade de resolver o assunto.]

 

Não foi um trabalho meu, entenda-se. Foi um trabalho colaborativo, sob a orientação de uma profissional de mão cheia que nos ensinou metodologias e deu ferramentas para ultrapassarmos esta dificuldade.

 

O que aprendi:

  • Existem vários métodos para ensinar a ler. O mais comum é o método fonológico, aquele em que aprendemos as letras do abecedário e as vamos juntando, primeiro em sílabas e depois em palavras. Existe um outro, que nos últimos anos ganhou popularidade em muitas escolas, que é conhecido pelo método global. Neste o processo é (mais ou menos) o contrário. Começa-se das frases para as palavras e, só depois, das palavras para as sílabas. Daquilo que consegui pesquisar (na qualidade de leiga no assunto, entenda-se), o método global, sendo um método muito eficaz no que toca à velocidade de aprendizagem, é limitado porque não se adapta a todas as pessoas. Entre 10 a 15% das pessoas não aprendem por este método. Talvez isso devesse justificar que as escolas que optam por este método tivessem soluções alternativas para estas crianças, o que nem sempre acontece.
  • Há muito desconhecimento e preconceitos associados a situações de aprendizagem não padronizadas, dentro e fora de sala de aula.
  • O deficit de atenção está na moda e serve de justificação para (quase) tudo.
  • Nem todos os cérebros humanos processam a informação da mesma maneira, mas têm uma característica espantosa chamada plasticidade, que não é mais do que uma enorme capacidade de adaptação. É preciso entender que cada ser humano tem o seu tempo, o seu ritmo e que, com a dose certa de apoio e motivação, consegue chegar lá.

 

Acima de tudo, aprendi a confiar. A confiar em quem sabe. A confiar nos meus instintos de mãe. A confiar nesta criança que, com apenas 6 anos, mostrou ser uma enorme guerreira e uma tremenda fonte de coragem e inspiração.

 

Agora que a tormenta passou e as águas voltaram a estar calmas, sinto-me feliz por estar de volta. Sejam bem-vindos também!

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