Não é novidade para ninguém que eu adoro projectos que valorizem a tradição portuguesa. E se ontem vos falei da MIDD Design, hoje trago-vos uma outra marca igualmente inspiradora, a Saccus. A Saccus - designação em latim para mala - é uma marca de acessórios para homem, senhora e criança, criada pelo designer Paulo Silveira Pereira. E não deixa ninguém indiferente. Todas as peças são feitas a partir de dois materiais bem portugueses: o burel e a pele, que se unem através da técnica da sapataria tradicional a partir de moldes de cartão. O resultado é uma colecção de peças únicas, de design urbano e intemporal, que apetece pôr ao ombro e levar para casa. Se forem ao Príncipe Real não deixem de passar pela Saccus. As peças são lindas!
Se há uns anos atrás me dissessem que havia pessoas a trabalhar na recuperação dos ofícios portugueses - os mesmos que foram ficando esquecidos com o passar das gerações - iria estranhar…
Vai ser lançada a 2ª edição do Founder Institute (FI) em Lisboa. Para quem não sabe, o FI é uma incubadora de ideias que tem como objectivo ajudar a criar novas empresas de base tecnológica em todo o mundo, tendo por base a metodologia utilizada em Silicon Valley, a meca do empreendedorismo a nível mundial.
Se tiverem uma ideia/ projecto de base tecnológica que queiram ver transformada numa empresa em 4 meses, candidatem-se. Garanto que é uma excelente oportunidade. Mas, preparem-se, porque vai ser uma grande prova de endurance…
Vão ser avaliados em contínuo. Vão ter pitchs semanais. Vão ter milestones a atingir. Vão pensar várias vezes em desistir.
E vão falar com empreendedores experientes - portugueses e não só. Vão ver a vossa ideia crescer mais forte e vencedora. Vão acelerar a um ritmo que nunca pensaram ser possível. Vão transformar o vosso sonho em realidade com a ajuda de quem sabe!
Se ficaram curiosos e querem saber mais, espreitem aqui ou inscrevam-se na sessão de esclarecimento aqui.
Vista de fora Santarém é uma cidade descaracterizada, ladeada por um desorganizado emaranhado de novas construções e superfícies comerciais. Mas, Santarém tem muito encanto, mosteiros, igrejas, praças, as portas do sol, o lindíssimo mercado municipal (para mim o mais bonito de Portugal) e a vida de bairro que fervilha pelas ruas estreitas do centro histórico.
Todos os anos, no Domingo de Páscoa vimos à missa a Santarém. Fazemos por chegar cedo, a tempo de estacionar junto à igreja de Marvila e dar um salto à Bijou – a melhor pastelaria da cidade – antes da missa do meio-dia. E sabe bem passear pelas ruas desta cidade ainda adormecida, ver as montras, espreitar pátios e apreciar o colorido das jacarandás e de todas as outras árvores em flor nesta altura do ano.
Paramos na Praça Sá da Bandeira, a esta hora deserta, contrastando com o interior do seminário, onde os fiéis mais madrugadores assistem à eucaristia. A praça vazia sublinha a imponência da Sé, recentemente restaurada, a qual, de faixada lavada e trajada a rigor, pede um momento instagram.
Chegamos à Bijou, local de peregrinação para apreciadores dos prazeres da gula como nós. Mas, o tempo é curto e trocamos o doce do pampilho pelo amargo do café e seguimos viagem. Ao fundo já se ouvem os sinos de Marvila, igreja de Nossa Senhora das Maravilhas, para onde seguimos em passo apressado e chegamos mesmo a tempo da celebração.
A verdade é que a paisagem ribatejana guarda muitas das minhas origens. Talvez por isso, de todas as vezes que venho a Santarém fico com uma enorme vontade de regressar. Um regresso em grande, de câmara em punho, e com tempo suficiente para memorizar cada pedaço desta cidade que também tem assento no meu coração.