Hoje podia ser Dia do Pai
Hoje podia ser Domingo. Manhã cedo entrava sorrateiramente no vosso quarto, pousava a cabeça sobre o teu peito e por ali ficava dormitando um pouco mais, no meu porto seguro.
Hoje podia ser segunda-feira, dia nacional da torrada com manteiga e da dor de mimo e choramingava uma vez mais, mesmo a tempo de perder a carrinha e ganhar a tua boleia no percurso da escola.
Hoje podia ser quarta-feira, feriado de Assunção de Nossa Senhora e véspera da nossa quinzena anual de férias, lá para os lados da meia praia.
Hoje podia ser quinta-feira e tu levantavas-te cedo só para me levares à universidade. Porque a dureza de começar as aulas às 8 da manhã ganha outra suavidade no embalo compassado do teu carro.
Hoje podia ser sexta-feira, o dia em que o telefone tocou ansioso, mal eu tinha fechado a porta do gabinete médico. E ouviste emocionado a notícia porque esperavas: é um menino!
Hoje podia ser sábado, o mesmo sábado em que me guiaste para os braços do Nuno ao som da Ave Maria de Schubert.
Mas hoje é terça-feira e, apesar do dia do Pai ter sido na semana passada, é o dia perfeito para te dedicar este post. Meu querido pai, meu super-pai, que bom que é ter-te sempre perto de mim!